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A carreira de Analista de Dados é uma das mais promissoras do Brasil. Isso porque organizações de diversos portes têm percebido a importância de utilizar dados para tomar decisões, identificar ineficiências e otimizar processos. 

Para falar sobre o assunto, entrevistamos o Analista de Dados Sênior da Shopee Marco Túlio. Segundo o especialista, essa área é uma ótima oportunidade de carreira para pessoas refugiadas e migrantes que procuram uma recolocação no mercado e uma estabilidade financeira, basta gostar de números e solução de problemas.

“Basicamente, toda área vai precisar de um Analista de Dados. Não existe somente um único setor voltado para dados. Eu, por exemplo, estou no departamento de negociação com fornecedores”, diz Marco.

O que faz um Analista de Dados?

O Analista de Dados é responsável por transformar dados em informações que podem ser utilizadas para apontar os melhores caminhos e soluções para as empresas. 

Esse profissional pode ter as seguintes atribuições: 

  • Coletar, armazenar e organizar dados de diversas origens, como planilhas, banco de dados e sistemas de informação; 
  • Identificar padrões e tendências em conjunto de dados;
  • Limpar dados para descartar informações irrelevantes e, assim, ter uma precisão melhor nas análises;
  • Desenvolver modelos e algoritmos para prever resultados futuros;
  • Criar e monitorar indicadores de negócios;
  • Produzir e apresentar relatórios.

Salário de um Analista de Dados

De acordo com a plataforma Glassdoor, o salário médio nacional de um Analista de Dados é de R$ 3.693 para nível júnior, de R$ 6.200 para pleno e R$ 8.500 para sênior. 

Em cargos de gerência, é possível atingir a renda média de R$ 36.100, aponta o Guia Salarial 2023, feito pela empresa de consultoria Robert Half. Entretanto, isso, depende, também do porte da empresa.

Como saber se essa é a minha vocação? 

Túlio orienta praticar o autoconhecimento para compreender as suas habilidades e preferências. “A pessoa deve entender se gosta de resolver problemas, identificar padrões, ler gráficos e perceber se tem interesse em estatística”, explica. 

Analista, cientista e engenheiro de dados: entenda as diferenças 

De antemão, Túlio explica que as funções das áreas são parecidas. “Na verdade, o mercado fala que o profissional completo sabe flutuar nestas três frentes: análise de dados, ciência de dados e engenharia de dados. “Por isso, é bom entender o que cada um faz, mas focar em um para ser um bom profissional”, afirma. 

O Analista de Dados é o profissional que coleta e organiza os dados, gera dashboards e constrói indicadores (KPI’s) que auxiliam na tomada de decisão. 

Já o Cientista de Dados visa analisar os dados para compreender o passado e o futuro, além de criar modelos estatísticos de machine learning (ramo da inteligência artificial que se concentra no desenvolvimento de sistemas que aprendem ou melhoram o desempenho de acordo com os dados que consomem).

Por fim, o Engenheiro de Dados trabalha para projetar sistemas de coletas e garantir que os dados estejam seguros. Além disso, também verifica se eles estão armazenados da melhor forma possível. 

Como se tornar um analista de dados – dicas para quem não tem experiência

Agora que você já tem um bom panorama sobre a profissão, é hora de entender o que deve ser feito para ser um Analista de Dados. 

Faça um bom curso profissionalizante

Para absorver as habilidades requisitadas de um profissional de dados, o melhor método é realizar um curso completo, que prepare você para entrar no mercado de trabalho. 

Aqui, na Toti, oferecemos uma formação gratuita em análise de dados para pessoas refugiadas e migrantes. Após a conclusão, tentamos conectar o aluno às nossas empresas parceiras. Saiba mais aqui

Domine uma linguagem de programação e de consulta

De início, Marco indica escolher e dominar uma única linguagem de programação, pois depois será mais fácil aprender as outras. 

“Foque em uma linguagem de programação, como python, R ou VBA. Aprenda também linguagens de consulta, como o SQL, que serve para você extrair informações de bancos de dados”, aconselha. 

Fortaleça algumas habilidades 

Quanto às habilidades técnicas, Marco afirma a necessidade de entender, ao menos, sobre estatística básica, além de saber manusear um software de visualização de business intelligence (BI), como o power BI e tableau. Ele recomenda também ter conhecimento de modelagem e coleta de dados, e claro, dominar o excel

Sobre as habilidades comportamentais, o especialista reforça a importância da comunicação, do pensamento crítico e da resolução de problemas.

Monte um portfólio 

O portfólio é a melhor maneira de mostrar as suas habilidades e os seus trabalhos para os recrutadores. No caso de pessoas sem experiência, é possível incluir, por exemplo, projetos realizados em cursos. 

Para hospedar o portfólio, Túlio recomenda a plataforma Kaggle, que inclusive disponibiliza conjunto de dados públicos para análise. “Isso pode ser uma ótima maneira de mostrar as suas habilidades para potenciais empregadores”, diz.

Precisa de faculdade para ser Analista de Dados? 

Não necessariamente. Uma faculdade na área de exatas pode ajudar você a entender melhor os conceitos de estatística e facilitar a sua entrada no mercado. Entretanto, já existem também formações completas que preparam o estudante para o dia a dia da profissão, como é o caso das formações da Toti, que já ajudaram a empregar diversos alunos que não possuíam experiência prévia em suas áreas de atuação.